3- Houve duas entropias no Big-Bang ?
Muitas vezes o que nos parece lógico não é, mas, poucas vezes acontece também que o que nos parece ser ilógico seja o certo. Já me salvei assim numa prova de múltipla escolha tentando decifrar a "mente" do mestre: Respondi tudo o que sabia e o resultado dos meus cálculos contradiziam a aparente lógica. Ainda me faltava responder a algumas perguntas. Dei-me um descanso de uns cinco minutos e fui no banheiro. Passei água no rosto e vi que tinha pouco tempo para responder o resto das perguntas. Chutei as respostas seguindo o padrão. Passei! Acertei umas quantas.
Por falar em padrão, e deixando a imaginação correr, se em principio a matéria escura e a energia escura não interagem (exceto pela gravidade), e se a matéria escura, o tempo e a energia escura fizerem parte exclusivamente do espaço-tempo, então desde o Big-Bang nosso universo teria estado sujeito a duas entropias:
1- A que deu origem à matéria luminosa
2-A do espaço-tempo.
Teria então havido uma separação. Uma parte, quase inamovível, a do universo que daria origem à matéria iluminada, era passível de processos químicos e físicos. Ficou pairando, flutuando no espaço-tempo.
A outra, a matéria e a energia escuras, não, constituiriam o que chamamos de espaço-tempo que se expande inflacionariamente desde os primeiros instantes do Big-Bang.
Parece ter sido que a matéria iluminada foi "processada", sofreu diferente entropia da outra, num espaço-tempo que a suportou. Verifica-se que esse é o comportamento. A energia térmica é uma outra forma de interação das duas matérias e tudo indica que no futuro mais distante de nosso Universo chegaremos a um equilíbrio térmico no zero absoluto. Mas talvez haja outras formas de interação entre matéria e energia escuras e matéria e energia visíveis.
Muito provavelmente o espaço tempo dure infinitamente e o que possa ser destruído, modificado, seja apenas a matéria iluminada, como no interior de estrelas, na explosão de super-novas. Atualmente falamos apenas de uma "entropia" do universo englobando as duas matérias. Curiosamente, as únicas interações que se podem avaliar entre a matéria escura e a iluminada é o efeito da gravidade e a tendencia ao equilíbrio térmico no zero absoluto pelas leis da termodinâmica. Mas talvez em determinadas condições, a matéria escura emita partículas de matéria "Iluminada" de forma constante (que poderia ser confundida com a radiação de fundo). Isto porque a densidade critica do Universo deve andar perto do valor um (1). Na medida em que o Universo se expande, surge nova massa para compensar, extraída da energia escura, ou seja, do espaço-tempo.
Por outro lado, a ser assim, o que se expande no Universo é o espaço-tempo (matéria e a energia escuras, tempo e claro, espaço).
Note-se que como a energia e a matéria escura não emitem luz, podem expandir-se a velocidades superiores a 300.000. km/s, exatamente o que nos diz a Teoria do Universo Inflacionário de Alan Guth e outros.
Aparentemente estamos querendo juntar num só estudo o que nasceu - necessariamente - separado. Mesmo numa singularidade, o espaço-tempo se comprime, torce, mas não se destrói. Continua sendo Espaço-tempo suportando matéria iluminada cuja "aparência" pela "imobilização" da luz e efeitos da gravidade parece semelhante
à da matéria escura do espaço-tempo. Talvez uma se tenha transformado na outra dentro do horizonte de eventos, em função da enorme ação da gravidade.
As duas entropias explicariam - em parte - porque a inflação do espaço-tempo ganhou exponencialmente em velocidade da matéria iluminada que simplesmente ficou "parada", flutuando no Universo, seus movimentos praticamente limitados aos efeitos da gravidade. E pode ser que as duas extremidades dos buracos de minhoca relativos a duas singularidades se toquem, mas não se rompam para "abrir" o túnel. Os cálculos para o Espaço-tempo devem ser diferenciados dos cálculos relativos a matéria iluminada em muitas oportunidades.
(Continua no próximo capitulo)
® Rui Rodrigues
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